A empresa de varejo Americanas declarou que planeja encerrar a atividade em 80 unidades espalhadas pelo país e está avaliando qual a melhor estratégia para fazer um novo corte de funcionários nas lojas físicas. A Justiça do Rio de Janeiro homologou o plano de recuperação judicial da Americanas. Esta semana a empresa divulgou prejuízo de mais de R$ 4,5 bilhões de janeiro a setembro do ano passado. O plano de recuperação judicial estava em análise desde dezembro do ano passado. A proposta prevê uma série de medidas para reverter o quadro de endividamento da empresa, como o aporte de recursos dos acionistas majoritários e a oferta de ações no mercado.
O presidente da empresa, Leonardo Coelho, em entrevista publicada nesta segunda-feira (26/2), no jornal O Estado de S. Paulo, destacou que estão sondando estratégias possíveis para alcançar a meta de rentabilidade da organização.
A 1ª hipótese tem foco no aumento do número de subordinados por gerentes na empresa. Com isso, cada gerente passaria a ter de 5 a 7 supervisores sob sua responsabilidade. No 2º cenário, a marca avalia os efeitos de disponibilizar apenas 60% do orçamento do último ano para os setores que compõem a organização, em uma lógica de “orçamento base zero”.
Em relação às lojas físicas que estão em vista para encerrarem as atividades, Coelho afirma que estão com números negativos e em uma lista de observação, sendo monitoradas durante os próximos 3 meses para a tomada definitiva de uma decisão.
O advogado Carlos Alberto Farracha de Castro, sócio do escritório, relembrou que a recuperação judicial implica em concessões e esforços de todos os envolvidos a fim de preservar a atividade. Contudo, em alguns casos, como na Americanas, os colaboradores e pequenos e médios empresários acabam sofrendo com o fechamento das unidades.
Farracha de Castro ressaltou ainda que é de suma importância que as autoridades não deixem de investigar os responsáveis pelo rombo que ocorreu na empresa e, inclusive, se houve ou não intenção de prejudicá-la.