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02/12/2020

Dilemas da Justiça: como escolher a coisa certa?

Por Glória Farracha de Castro -

Glória Farracha de Castro

Ler alimenta a alma, muda nossa visão. Os livros têm um papel muito grande na formação de nosso caráter. E foi motivada a saber mais sobre justiça e toda sua complexidade que escolhi como leitura o livro “Justiça o que é fazer a coisa” de Michael J. Sandel. Que além de todo o conhecimento adquirido, abriu minha visão, me fez questionar vários aspectos da vida e contribuiu para meu crescimento pessoal. O livro realmente me impactou, me fez indagar argumentos de senso comum, confrontou minha própria moral, me fez repensar velhas verdades absolutas e me proporcionou uma visão muito mais ampla e questionadora sobre justiça.

A obra nos faz refletir e tomar um posicionamento a todo momento. O autor nos insere em cenários que são considerados dilemas morais e diante disso, apresenta várias visões e possíveis soluções. A genialidade da obra é justamente essa, não ter apenas uma opção correta para o dilema, o escritor apresenta diferentes pontos de vista e, através destes, o leitor é capaz de formular sua própria opinião e posição. Sandel não responde a pergunta do título de forma técnica, pelo contrário, ele convida o autor a formar seu próprio posicionamento.

Sendo esse um dos pontos que considero mais cruciais em fazer justiça: ter um posicionamento. É necessário ter voz, assumir responsabilidades, doa a quem doer. Muitas vezes, ao longo de nossas vidas, nosso senso de justiça e de fazer a coisa certa é colocado à prova, somos testados. Esses testes podem vir através de fazer favores ou até mesmo das famosas “vistas grossas”.

E ser justo não é fácil, requer coragem, pensar no outro e no que é certo requer altruísmo, mas molda caráteres e nos faz seres humanos dignos, indivíduos íntegros.

Ser justo, é o mínimo. É um forma de contribuir com a sociedade. É algo que vem de dentro, do nosso caráter, dos princípios que norteiam nossa vida. Mesmo que seja nobre ser justo, não deveríamos vangloriar tanto tal ato. Deveria ser pré-requisito, é algo que todo ser humano deveria ser. É vital.

Temos a mania de atrelar justiça a grandes feitos ou a casos de grande repercussão. Mas ser justo está nas pequenas coisas, é devolver o troco que veio errado, é não furar a fila, é pensar na coletividade, mesmo que isso implique em não obter vantagens. Afinal, justiça é sobre isso.

Ser justo é uma exercício diário, exercer a justiça é um hábito.

Prova de caráter é continuar tentando fazer a coisa certa e se manter justo, em uma sociedade deturpada que nos testa todos os dias

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